Demonstrando seu comprometimento com um futuro elétrico, a Mercedes-Benz planeja investir US$ 1 bilhão no Alabama para produzir veículos elétricos.
O investimento será destinado tanto à expansão da fábrica já existente da marca de luxo alemã perto de Tuscaloosa quanto à construção de uma nova fábrica de baterias com 93 mil metros quadrados.
Embora as vendas de veículos elétricos tenham sido tímidas no geral, a Mercedes observou a Tesla decolar e se tornar uma concorrente formidável no segmento super premium com seu sedã elétrico Model S e o crossover Model X. Agora, a Tesla ameaça a parte mais acessível do mercado de luxo com seu sedã Model 3, de preço mais baixo.
A empresa está adotando uma estratégia do tipo "tudo o que a Tesla faz, nós fazemos melhor", afirmou o analista Max Warburton, da Sanford Bernstein, em um comunicado recente aos investidores. "A Mercedes está convencida de que pode igualar os custos das baterias da Tesla, superar seus custos de fabricação e aquisição, aumentar a produção mais rapidamente e ter melhor qualidade. Também está confiante de que seus carros terão um desempenho melhor."
A decisão da Mercedes também surge num momento em que as principais montadoras alemãs, incluindo a Volkswagen e a BMW, estão se afastando rapidamente dos motores a diesel em meio a regulamentações globais de emissões cada vez mais rígidas.
A Mercedes afirmou que espera criar 600 novos empregos na região de Tuscaloosa com o novo investimento. Ele complementará a expansão de US$ 1,3 bilhão da fábrica, anunciada em 2015, que inclui a construção de uma nova linha de montagem de carrocerias e a modernização dos sistemas de logística e informática.
“Estamos expandindo significativamente nossa presença fabril aqui no Alabama, ao mesmo tempo em que enviamos uma mensagem clara aos nossos clientes nos EUA e em todo o mundo: a Mercedes-Benz continuará na vanguarda do desenvolvimento e da produção de veículos elétricos”, disse Markus Schäfer, executivo da marca Mercedes, em comunicado.
Os novos planos da empresa incluem a produção no Alabama de modelos de SUVs elétricos sob a marca Mercedes EQ.
A fábrica de baterias de 93 mil metros quadrados será localizada perto da planta de Tuscaloosa, informou a Mercedes em comunicado. Será a quinta unidade da Daimler no mundo com capacidade de produção de baterias.
A Mercedes afirmou que planeja iniciar a construção em 2018 e começar a produção no “início da próxima década”. A iniciativa se encaixa perfeitamente no plano da Daimler de oferecer mais de 50 veículos com algum tipo de motorização híbrida ou elétrica até 2022.
O anúncio foi feito em conjunto com a comemoração do 20º aniversário da fábrica de Tuscaloosa, inaugurada em 1997. Atualmente, a fábrica emprega mais de 3.700 trabalhadores e produz mais de 310.000 veículos por ano.
A fábrica produz os SUVs GLE, GLS e GLE Coupé para venda nos EUA e em todo o mundo, e fabrica o sedã Classe C para venda na América do Norte.
Apesar dos baixos preços da gasolina e da participação de apenas 0,5% no mercado americano de carros elétricos até o momento neste ano, os investimentos no segmento estão se acelerando por razões regulatórias e tecnológicas.
O analista Mark Newman, da Sanford Bernstein, projetou que a queda nos custos das baterias fará com que os carros elétricos tenham o mesmo preço dos veículos a gasolina até 2021, o que é "muito antes do que a maioria espera".
E embora o governo Trump esteja considerando reduzir os padrões de economia de combustível, as montadoras estão prosseguindo com os planos para carros elétricos porque os órgãos reguladores em outros mercados estão pressionando para reduzir as emissões.
O principal deles é a China, o maior mercado automobilístico do mundo. Xin Guobin, vice-ministro da Indústria e Tecnologia da Informação da China, anunciou recentemente a proibição da fabricação e venda de veículos a gás no país, mas não forneceu detalhes sobre o cronograma.
Data da publicação: 20 de junho de 2019



